Minha mãe faleceu dia 19 de Dezembro de 2024, devido ao câncer de mama. Eu nunca imaginei que poderíamos passar por isso, embora o número de casos seja muito alto. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o país registra 73.610 novos casos por ano no triênio 2023-2025. Estou reunindo todas as forças que ainda tenho para fazer deste meu relato uma matéria de conscientização. Para que assim, mais mulheres possam se diagnosticar de maneira precoce, o que não aconteceu com a minha mãe.
Só fomos descobrir a doença, porque minha mãe começou a se sentir mal. Então, depois de uma bateria de exames, veio o resultado mais devastador. O câncer de mama havia dado metástase e já havia atingido o cérebro. Eu fico imaginando se tudo isso poderia ter sido diferente. E se os exames dela estivessem em dia? E se ela estivesse fazendo a mamografia anualmente. Admito que pegar o laudo me deu um choque, por que eu sempre imaginei que minha mãe sempre fazia todos os exames de rotina. No entanto eu estava enganada.
Diagnóstico precoce do câncer de mama é o maior aliado para a cura
Se ela estivesse sido diagnosticada de maneira precoce, a realidade poderia ser outra. Eu poderia dar um abraço nela de feliz dia das mães, no próximo domingo.
Especialistas reforçam a importância do diagnóstico precoce. Pois é uma das principais estratégias para reduzir a mortalidade pela doença.
A mamografia é o exame mais importante para detectar o câncer de mama. O Ministério da Saúde recomenda que mulheres entre 50 e 69 anos façam esse exame a cada dois anos. Já a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda que as mulheres a partir dos 40 anos façam o exame todos os anos, especialmente se tiverem casos de câncer de mama na família. O ultrassom das mamas é um exame complementar, usado para esclarecer dúvidas da mamografia ou investigar nódulos em mulheres mais jovens.
O câncer de mama é mais comum em mulheres, nos homens representa apenas 1%. No entanto, o alerta também vale para todos. Por isso, é importante investigar qualquer alteração, como caroços ou dor. Ou seja, é sempre bom ir regularmente ao médico e manter os exames em dia. O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura, permitindo tratamentos menos invasivos e com melhores resultados.
Cuidar da saúde é um passo importante do autocuidado e que não deve ser negociado. Portanto, esteja sempre atenta ao seu corpo. Pratique o autoamor regularmente.
É possível prevenir o câncer de mama?
A doença pode se desenvolver por vários motivos, como histórico familiar; falta de atividades físicas; consumo de bebidas alcoólicas, alimentos processados e ultra processados; uso de contraceptivos hormonais e outros, principalmente em pessoas acima de cinquenta anos. Por isso, é preciso se prevenir. Então, uma das práticas recomendadas são as atividades físicas, como o pilates.
“Dois dos principais fatores que podem elevar o risco da doença são a obesidade e o sobrepeso. Especialmente após a menopausa, eles podem aumentar significativamente o risco de desenvolver câncer de mama. Portanto, manter um peso equilibrado e uma rotina ativa de exercícios são passos essenciais para a prevenção. Como uma atividade que proporciona condicionamento físico, o pilates tem impacto positivo na produção hormonal do corpo, ajudando a equilibrar os níveis de progesterona e estrogênio, hormônios que desempenham papeis importantes na saúde das mamas. O exercício físico também aumenta a produção de globulina ligadora de hormônios sexuais, uma proteína que transporta esses hormônios no sangue e diminui a inflamação e o inchaço no corpo, por estimular a circulação”, explica a educadora física Letícia Marchetto, proprietária do studio Let’s Pilates, que fica no bairro Paraíso, em São Paulo.
Os exercícios também são importantes para quem já recebeu o diagnóstico. Mas é necessário a liberação do médico.
A amamentação pode prevenir o câncer de mama. Inclusive, amamentar uma criança é um dos momentos mais sagrados da maternidade. Afinal, o leite materno é o melhor alimento do mundo. Pois nutre a criança. Mas além disso, a mãe que amamenta tem menos risco de ter câncer de mama.
Atividades durante o tratamento
Um estudo da Revista da Associação Médica Brasileira revelou que a fadiga atinge de 50% a 90% dos pacientes com câncer, podendo persistir por anos após o tratamento. Além de afetar a qualidade de vida e a capacidade funcional, esse cansaço se soma a outros efeitos como perda de força, ganho de peso, dor, inchaço, rigidez e até osteoporose. Para ajudar na recuperação, o pilates se destaca por sua capacidade de adaptação e por trabalhar força, mobilidade e equilíbrio em todas as fases da reabilitação, especialmente em mulheres com câncer de mama.
Segundo a fisioterapeuta Letícia Marchetto, a escolha correta da atividade física é essencial para evitar quedas e fraturas, por isso exercícios de contato ou apenas aquáticos não são recomendados como única prática. Ela defende a combinação de pilates e musculação para fortalecimento, preservação da massa óssea e melhora da autoestima. A prática regular contribui ainda para o controle de peso, função cognitiva, saúde cardiovascular e bem-estar emocional. Letícia reforça que, com apoio profissional e familiar, o exercício físico se torna um grande aliado na superação dos desafios do câncer.
Compartilhe estas informações e faça parte de uma corrente pela vida.
